sexta-feira, 29 de abril de 2011

Devaneio amoroso numero dois

Hoje acordei, vontade de ficar em casa, mas como todo homem com ideias médias e muitas dívidas fui ao meu compromisso diário com o que chamam de emprego, aquela coisinha que reclamamos mas nos dá o mínimo de dignidade pra viver.
Há quem diga que trabalhar distrai a mente,mas com o peso que ando carregando no espírito fica muito difícil; estou errado claro,devo eu cumprir com meu contrato empregatício e tentar ser funcionário acima da média mas me deixo tomar totalmente por questões alheias ao trabalho.Muitas vezes não sei o que anda me pesando tanto aqui dentro.
Tanta sentimentalidade tola, me convencendo aos poucos de ser o coitado, o maltratado na vida dos outros...pobre homem, quando foi que deixou de ser a força que contagiava?
Lembro bem, de um tempo atrás,eu podia mover cada tormenta deste mundo para outros lugares e minha mão estava ali acenando pra quem quer que precisasse; e agora eu preciso urgentemente de um gesto.
Me ligaram durante esta tarde, por um instante não reconheci a voz; ecos de um passado distante(olha o cliché), e não foi como nas cenas comuns das novelas ou dos filmes água com açucar, doeu.
Meu egoísmo não me permite vê-la feliz, eu não consigo mais o altruísmo de torcer por estas pessoas que amei, uma limitação em mim me torna grotesco, incapaz de superar descasos, incapaz de superar perdas.
Muitos livros li, em muitos discos mergulhei; as canções de sempre, o consolo é claro e a leveza do momento passa, a música acaba e a cabeça no travesseiro pesa, eu penso no amor, é isso! É isto que não me deixa dormir, a falta desse sentimento; a inveja de quem tem muito fácil o que tanto almejo.Talvez a solução seja não esperar tanto, e espero. A cada dia olhando para os lados, reparando no mundo,esperando uma trombada, um sorriso que vai curar toda esse rancor.
O humor ainda tenho, minha salvação, tiradas rápidas, facilidade de fazer dar risada..mas cansa.A noite sempre traz um pouco de seriedade pra mim; prefiro as manhãs, tudo parece mais otimista.

Hoje mais uma vez fui ver aquela garota, recém surgida na minha vida.Não, nesse momento não quero namorá-la, mas sinto uma vontade de cuidar irresistível, de estar perto, de beijar, de sexo, de tudo!
Não a quero namorar justamente pela imposição daquele meu inimigo: o tempo.
Respeito o tempo dela embora meu corpo e minha vontade não queiram e meu egoísmo não me deixa esperar de graça e fica querendo recompensa mas me controlo pelo bem dos dois. Eu sei porque de sua decisão mas não entendo e resta apenas aceitar.
Vinte e poucos anos na cara e os mesmos sentimentos adolescentes, as mesmas aspirações infantis. O abraço da mãe, o carinho dos irmãos, mas os medos são todos adultos: 'se ele falar de amor o que irão pensar? -'se pede carinho o que vão dizer?
E assim se passa os dias, esse desespero, essa pânico de não ter, e de querer ser tanto, assim vai os dias,
essa saudade do passado, esse presente incerto, esse sentimentalismo sem sentido...
Eu decidi, quero pra mim...

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