segunda-feira, 9 de maio de 2011

SEGUNDA FEIRA BLUES II

mais que romântico
é preciso ser humanista
o mundo está escasso de humanidade
o amor virou vergonha
a fé virou piada e se transformou em guerra
mas isso nem merece tanto
palavra no dicionário
carinho ao contrário
é o que foi dado ao moço que um dia
sonhou em viajar com seu violão
encantando com canções
roubando moças pelas vilas do interior e do sertão

mas riem de qualquer esperança
os idiotas da objetividade domam aos poucos
aqueles que um dia chegaram a acreditar que era possível ser feliz
e ter paz
sossego e alguém só seu

mas riem de qualquer amor
e julgam fora de época a gentileza
e o ser cantador se amarga de tanta gente lesa
que tomou conta do planeta
com seus grunhidos primitivos e cânticos de guerra

mas riem da paz
esses homens tão covardes que não amam mais as mulheres
essas mulheres tão covardes que não se amam mais
a esses casais tão moralistas que cumprem os rituais
e fazem tudo na moita
e se escandalizam em público com o bom pecado que cometo

gente falsa!
até quando serei a gota do veneno
das pessoas amontoadas nos auditórios
rindo de piadas que teriam bem mais graça
se não fosse a tragédia alheia subestimada
ah..esses humanos e suas farsas
brigando por tanta coisa que não vele nada.

o tempo não vai curar ninguém
nem a dor ensina como dizem
há muito não vejo o mundo dá as voltas que me prometem
não prometo conquistas para o futuro distante
o acaso tem sido nosso mais fiel amante
essas rimas soltas e sem graça
esse poema sem tema, sem sal, sem amor,
palavras sem fino trato como um dia foi os de Vinicius
mas esse descontentamento é do fundo do peito
e simples assim se faz ver,
o mundo moderno me deixou pra trás
me fazendo esperar pelas promessas que ficaram nos meus velhos cadernos
até o tempo de menino passar...

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