domingo, 26 de junho de 2011

O quê que há rapaz?

Agora venta frio lá fora, as cortinas do quarto dançam. Um efeito bonito.
Sento-me, olho os discos, os livros, tudo que mais amo, tudo meio sem sentido agora.O caderno continua em cima da cama; meus poemas, minhas folhas em brancos, nem lembro a última vez que escrevi. Amanhã é dia de folga, seria uma coisa ótima se eu não desejasse tanto ocupar a cabeça com  coisas práticas, com o cotidiano, com o real.Mas não, tem que ser esse excesso de sentimento, essa tormenta, escuridão densa dentro do coração. Tinha que ser esse clichê  paranóico.
Ah bem que eu queria explodir o mundo, mas não posso fazer isso sem machucar os que amo. Se bem que dizendo a verdade nem com isso estou me importando, amar e não ser amado virou para mim uma verdade sólida. Também tangível á palma da mão é esse medo de ficar sozinho. Não dou pra ficar só, e nem quero tentar, muito embora eu já possa entender que é isso que vai me curar, me tirar do sonho sem sentido do casal a dois, passeios no parque, beijos e palavras comuns.
Eu estou precisando me desconectar, não por depressão e nem desapego a vida, que eu amo, e sim por necessidade. Quero meu sol, meus livros, minhas canções e meu egoísmo, meu egoísmo, meu egoísmo. Eu quero entender dessa conversa de cuidar de si próprio.
É  que durante muito tempo eu imaginei que gostava mais de mim com TAL pessoa por perto, e ainda imagino assim, só quero saber como é não ser dependente dessa dor no peito, desses sentimentos contradizendo minha razão. De verdade mesmo eu queria ser criança agora, poder espernear, bater o pé e gritar, mas o tempo passa, nem tudo que é da vontade podemos fazer, e olha que eu já fiz muita coisa louca e demente, mas meu coração paciente cansou de esperar e se calou em meio ao sofrimento do mundo, as mortes nos jornais, a família indiferente, e a partida daquela menina que deixou saudade.
Eu me perdi em muitas aventuras ideológicas, Mas nunca fui rebelde sem causa, sempre busquei uma causa para tudo, e efeitos amigos, nenhum.
Sabe o que eu mais quero agora? Gargalhar! Não aquela seguida de silêncio  e lembrança, aquela breve que depende da presença dos bons amigos, eu quero o riso permanente, o que mesmo com os lábios cerrados, ressoa no corpo o dia todo, a energia positiva de sorriso de infância de quem ainda jovem sabe que há muito por vir.
Pelas palavras me dano e me salvo, minha tábua a deriva, pelos versos e crônicas me encontro, nas telas do cinema me traduzo e assim se faz esse homem confuso que de amor descobriu não entender nada, que de amizade não entende nada, que da vida não entende nada, mas sabe respirar pela manhã,  sentir a vida, e ter uma alta percepção das coisas que o cerca, do vento na janela, do dançar nas cortinas, das letras manchadas de dor e sangue das canções.
Agora venta frio lá fora, as cortinas do quarto dançam. Um efeito bonito, o sono não vem e penso que poderia ser fumante,mas odeio esse vício, na TV  parece relaxante...mas ligo o rádio, nenhuma música especial, melhor assim, e durmo.








PENSAMENTO MUSICAL:  Você me dói agudo e isso é grave,
Grave
Antes de te reencontrar
Sei que preciso voltar
A ser alguém


(Paulinho Moska/ Outra volta do Parafuso)

6 comentários:

  1. Olá Aquiles,


    Que lindo... As vezes precisamos dar um pausa pra pensar um pouquinho mais na gente mesmo...
    E na hora que a gente descobre que a nossa vida nos pertence fica tudo mais fácil...

    Beijos
    Ani

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  2. Acho que só sonhando e não tendo vergonha de tentar ser feliz é que conseguimos chegar até as nuvens mesmo com os pés fincados no chão...

    Beijos
    Ani

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  3. Oi querido, obrigadO por visitar meu blog, fico muito feliz por te-lo por lá!
    Vi que temos gostos em comum, estou lhe seguindo também!

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  4. Desabafo qe todos nós gostariamos de fazer!

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  5. Obrigada! graças a pessoas como você conseguimos completar dez mil visitas em menos de seismeses; obrigada mesmo!
    nosso eterno agradecimento. Ingrid e Aline ♥

    http://enfiimnos.blogspot.com

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  6. Aquiles você escreve de uma maneira incrível!
    Adoro seus textos e ja tive vontade de publicar alguns no meu Blog com os devidos créditos, me autoriza?

    Nunca perca essa sensibilidade tão rara hoje em dia!

    Bjooos e mto carinho meu!

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