Estava aqui pensando nas loucuras e na febre que tive um tempo atrás. Do meu lado agora um rabo enorme, um rosto comum dorme.
Pondero sobre os lamentos passados, parece tão banal agora, mulheres andam passando passando por minha cama, virei outro desgraçado, parte dominante da maldita lei da mediocridade.Talvez tenha sido a forma de deixar a doença para trás.
Penso que assim venci, o coração, um deserto; a libido saciada a cada dia.Evito certas perguntas, deixo o prazer dos questionamentos infelizes aos poetas, filósofos, loucos...eu não.
Estou aqui, vivendo no automático, modo STAND BY, provando todas de as maneiras que ausência de dor é alegria, e assim me engano; jogo a poeira atrás da porta. Expulso o corpo que me toma espaço na cama, quero estar sozinho...estar no sagrado espaço de meus pensamentos incertos, antigos sonhos românticos inúteis, um futuro que deixou de existir...e dizem que mudei.
Nem sei, continuo o mesmo: ainda sou egoísta, medíocre, limitado; apenas deixei mais á mostra esses meus adjetivos que moldam muitos homens.
Como todos espero algum telefonema, cartas. Preciso que a alma seja aliviada por palavras, por gestos, eu preciso mas não vivo mais por isso. Me indisponho com utopias e obsessões, as coisas andam pesadas, para os homens todo fim de mês é o fim do mundo, todo dia é o fim de tudo e vamos aguentando, pois isso é o que resta em algumas ocasiões.
O poeta que se alimentava de palavras está morrendo de fome, o amante perdeu a amada, estamos na sarjeta irmão, nos contentamos com qualquer buceta em qualquer noite, e voltamos pra casa, teorizamos melhoras e matamos e morremos em cima dessas teorias.
Sob teses envelhecemos e nos entediamos, ficamos chatos.
Também olho as paredes e namoro a solidão, também tenho auto-piedade, um brinde a nós então, as ruas sujas, os drogados, as prostitutas, eles nos pertencem, são parte de nós, os viciados em amor, os pervertidos sexuais que depois vão para casa escrever poemas e disfarçam uma lágrima no fundo do copo de chá, do vinho e se alimenta do ópio de antigos escritores marginais.
Eu olhava a alma das pessoas e minha vista cansava de tentar enxergar.Compreender o ser humano quase dói.
Dizem que os duros sempre retornam...e estou no meu retorno esperando chegar o fim. Até onde esse sentimento passado vai moldar minhas máscaras? Elas foram caindo e agora fui obrigado a mostrar minha face verdadeira ao mundo, meus grandes olhos castanhos pasmos, meu espírito inteiro impregnado de choro e gemidos que assisto nos jornais...e eu mais preocupado com ela..cansado das dores do mundo eu quis sua mão e não encontrei.
Busquei as sensações do amor em diversas vaginas, nas melhores bundas que pude achar. Meus rock, meus blues, meu vinho não me consolam e aí?
Diabos...a vida anda boa, por que esse aperto, essa vontade de bater a cabeça no chão e pedir proteção e encarar umas verdades?
Quis passar a noite de natal só e consegui, minha paz. Fiquei alheio a tudo que diziam e desejavam...ao inferno com os desejos de felicidade, eu penso nessa solidão,de estar perdido em coisas tão sem importância. O que que importa eu sei: comer, andar, trabalhar...mas passam-se horas, tanta coisa pra fazer e porque ficar pensando compulsivamente no ato de amar?
A próxima xota se esfrega em minha coxa..não canso, me divirto, depois o tédio, a saudade. Preciso pensar melhor; o terror e a solidão são suportáveis, mas tentar entender é o fim.
Mantenha o coração desperto, a felicidade é um estado de espírito veloz, o amor é mesmo um cão dos diabos.
PENSAMENTOS CONSEQUENTES:
aprender a vencer é difícil -
qualquer frouxo pode ser um bom perdedor.....e se você tem a capacidade de amar
ame primeiro a si mesmo
mas esteja sempre alerta para a possibilidade de uma
derrota total BUKOWSKI
Deixa eu enlouquecer baixinho para não acordar o bom senso. RENATA FAGUNDES
sob inspiração de BUKOWSKI E OUTRAS COISAS MÁS